quarta-feira, 7 de julho de 2010

Fases da cicatrização

A inflamação é uma reação local a um fator irritante. Tem como objetivos defender o organismo contra uma substância externa, remover o tecido morto ou necrosado, e promover a regeneração do tecido.

Os cinco sinais da inflamação são: dor, edema, perda da função, calor e rubor.

São três as fases da cicatrização:

1) Fase hemorrágica: duração de 20 a 30 minutos, onde os vasos sanguíneos reagem com uma vasoconstrição provocada pela serotonina e prostaglandina.
Sob influência da tromboplastina, o soro se converte em uma enzima ativa,a trombina. Esta enzima converte o fibrogênio do sangue que sai, em fibrina. Este processo produz a coagulação do sangue e se forma uma barreira física que evita maior perda de sangue.

2) Fase inflamatória: duração de 24 a 46 horas ocorrendo um processe no qual os leucócitos, outras células fagocitárias e o exsudato são distribuídos para o tecido lesado, reação essa que é protetora e contribuinte para localizar ou dispor os subprodutos da lesão (células danificadas) por meio de fagocitose.
A histamina, leucotaxina e necresina são importantes na limitação da quantidade de exsudato e assim, na tumefação após lesão.
A histamina, liberada pelos mastócitos lesados causa vasodilatação e aumento da permeabilidade celular. A leucotaxina é responsável pela marginação, na qual os leucócitos e alinham na parede celular. Isto também aumenta a permeabilidade celular ocasionando o exsudato. A necrosina é responsável pela atividade da fagocitose.
Durante esta fase é produzida uma acidose, devida a combustão de açucares. O colágeno produzido é mecanicamente frágil. Portanto, a recuperação do tecido requer uma normalização do ph.
Os monócitos saem da corrente sanguínea e se deslocam pelo coágulo. Uma vez fora da corrente sanguínea se convertem em macrófagos com uma grande capacidade de fagocitação.
Os macrófagos produzem um fator de crescimento, que estimula a divisão de fibroblastos iniciando o processo de proliferação. Enquanto isso, os monócitos já iniciaram o processo de sintetização de colágeno para delimitar a ferida. Porém este tipo de colágeno é amorfo (frágil) e não resiste a contração.

3) Fase de Regeneração: é subdividida em mais tres fases:
a) Proliferação: duração de dois a quatro dias. No final dos dois dias se produz um aumento da atividade dos fibroblastos. Gera-se um tecido de granulação. Devido a ausência de tensão esse tecido de granulação se deposita de forma não estruturada.
Depois de quatro dias observa-se a formação de novos vasos sanguineos. Simultaneamente os fibroblastos vão formando moléculas matriciais e colágeno. O colágeno é mecanicamente vulnerável ainda. Ao mesmo tempo percebe-se a atividade dos miofibroblastos, que garantem a contração da ferida e formação de colágeno.
b) Produção: Nesta fase continua a formação de novos vasos sanguíneos, durando de quatro dias e 3 semanas. Esses vasos aportam substâncias necessárias para a produção de fibras de colágeno e outras. Neste momento tem inicio a produção de fibras de colágeno.
A resistência a tensão, do tecido celular, aumenta no tecido de três semanas e é proporcional a quantidade de fibras formadas.
Nesta fase, é necessário além de oxigênio, substancias nutritivas, como as vitaminas C e B6, ferro, cobre, magnésio e zinco. Uma deficiência destas substancias causa a produção de um colágeno de qualidade inferior e mecanicamente insuficiente.
c) Remodelamento: duração de 3 semanas a 3 meses, onde continua a regeneração do tecido para conseguir uma estrutura resistente. As fibras formadas na fase de proliferação não estão orientadas na direção da carga funcional. Mediante a um processo de síntese-lise se produzem mais fibras de colegeno entre as já existentes.
A capacidade mecânica de carga se incrementa paulatinamente devido as fibras de colágeno se colocarem na direção da tensão, enquanto adquire uma espessura maior e mais resistente.
Geralmente a sobrecarga origina uma produção excessiva de material de colágeno, o qual aumenta a possibilidade da formação de queloide. Nesta fase as fibras de colágeno não devem sofrer traumatismos, já que qualquer dano pode voltar a causar inflamação.

terça-feira, 6 de julho de 2010

AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS


O posicionamento do indivíduo para a avaliação do nervo craniano varia de acordo com nervo a ser testado. a ação do examinador também deverá variar de acordo com o nervo a ser testado.
NERVO CRANIANO I (OLFATÓRIO): o examinador posiciona um objeto que possui odor forte e identificável bem abaixo da área nasal do individuo, na tentativa de avaliar a capacidade de perceber o odor. Uma capsula de amônia é tipicamente empregada para esse teste.
NERVO CRANIANO II (ÓPTICO): o examinador pede para o individuo identificar objetos dentro do campo visual e esclarece o que é realmente visualizado por ele (por exemplo, letras do alfabeto, números, fotos de objetos, etc.)
NERVO CRANIANO III (OCULOMOTOR): o examinador pede para o individuo levantar a pálpebra e da mesma forma levantar, abaixar e aduzir os olhos. O controle motor voluntários dos músculos elevadores das pálpebras; reto inferior, superior e medial e dos músculos oblíquos inferiores dos olhos é a função primaria do nervo oculomotor.
NERVO CRANIANO IV (TROCLEAR): o examinador pede para o individuo levantar os olhos (olhar para cima). O nervo funciona primariamente no controle motor voluntario do músculo obliquo superior dos olhos.
NERVO CRANIANO V (TRIGÊMEO): a avaliação sensorial da integridade do nervo trigêmeo representa a capacidade do individuo para perceber o toque ao longo da pele da face. O examinador pede para o individuo realizar movimentos de elevação, protusão, retrusão, e desvio lateral da mandíbula para testar a função motora. A principal função do nervo trigêmeo é s sensação de tato e dor na pele facial, membrana mucosa do nariz, seios, boca e porção anterior da língua. Também age no controle motor voluntario dos músculos mastigatórios.
NERVO CRANIANO VI (ABDUCENTE): o examinador pede para o individuo abduzir os olhos (manter a cabeça em uma direção e olhar de um lado para o outro). A principal função do nervo abducente é o controle motor voluntario do músculo reto lateral do olho.
NERVO CRANIANO VII (FACIAL): o examinador avalia a capacidade do individuo de distinguir substancias palatáveis identificáveis com a porção anterior da língua para testar a sensibilidade do nervo facial. A função motora é testada fazendo o individuo: elevar, aduzir ou abaixar os supercílios, fechar os olhos, dilatar ou contrair o nariz, fechar a boca e fechar e projetar os lábios. A função primaria do nervo facial é o paladar ao longo da porção anterior da língua bem como o controle motor voluntario dos músculos faciais.
NERVO CRANIANO VIII (VESTIBULOCOCLEAR): o examinador pede para o individuo ficar em pé com os olhos fechados e não se apoiar de modo a avaliar o seu equilíbrio. A principal função do nervo é a audição e o equilíbrio por intermédio dos ouvidos.
NERVO CRANIANO IX (GLOSSOFARINGEO): o examinador avalia a habilidade do individuo de distinguir objetos identificáveis e/ou substancias com a porção posterior da língua, para testar a sensibilidade do nervo glossofaríngeo. Para estabelecer a integridade motora, o examinador pede para o individuo deglutir. A função primaria do nervo é a sensibilidade ao toque e dor na porção posterior da língua e faringe, paladar na porção posterior da língua e controle motor voluntario de alguns músculos da faringe.
NERVO CRANIANO X (VAGO): o examinador avalia o estado das vísceras abdominais e torácicas. A principal função do nervo vago é a sensação de toque e dor da faringe, laringe e brônquios. O controle muscular autônomo das vísceras torácicas e abdominais também é uma função primaria.
NERVO CRANIANO XI (ACESSORIO): o examinador pede para o individuo elevar (encolher) os ombros. A função primaria do nervo acessório é o controle voluntario dos músculos esternocleidomastoideo e trapézio.
NERVO CRANIANO XII (HIPOGLOSSO): o examinador pede para o individuo projetar a língua. A função primaria do nervo hipoglosso é o controle voluntario dos músculos da língua.